O KATU
KATU é palavra indigena, e seu significado varia de acordo com a etnia que a utiliza. Mas sabemos que em todos significados seus reside a idéia da união e força, elementos necessários para por se de pé diante das injustiças de nosso tempo.
Vivemos na sociedade das desigualdades, da exploração do trabalho, da propriedade como direito intocável, e da repressão à todos os que lutam contra essas tiranias. Contrários a isso, acreditamos que a união e a força são fundamentais para o combate as opressões oriundas do capitalismo. Por isso, somos COLETIVO KATU, e guardamos assim um pouco das tradições dos nossos ancestrais.
Estamos comprometidos com uma leitura de mundo coletiva, pois só assim poderemos organizar um processo libertador, guerrilheiro, dialético, ou seja, construído por todos.
A JUVENTUDE
Somos em grande parte jovens educadores, temos pouca idade, mas o pouco que temos nos mostrou que não podemos nos conformar, e que temos que estar em ação, para construir a sociedade que queremos.
Fazemos ações com nossos irmãos também com pouca idade, os jovens, filhos da classe trabalhadora, ou já trabalhadores. Nossa juventude sofre todas a mazelas do sistema. O não direito a educação pública de qualidade, o não direito ao lazer, o não direito a um trabalho digno, deixa todos nós sem perspectiva de vida, sem possibilidade de realizar o que realmente queremos, que não é só trabalhar para outros. Então, queremos tirar isso de nossa juventude, e mostrar a eles que essa carência de direitos não é comum, que isso não está dado e portanto não devemos aceitar. Queremos construir uma perspectiva de vida, a perspectiva de quem se levanta e luta pela mudança.
Acreditamos, assim como Paulo Freire, que educar é promover a capacidade de ler a realidade e agir para modifica-lá, sem espetáculos, a partir do cotidiano, sem ignorar o saber do povo, a sabedoria popular. Então, fazemos ações de formação de jovens, para criar sujeitos críticos, capazes de interferir e transformar a sua realidade.
NOSSOS PRINCÍPIOS
Para não nos perdermos em meio ao bombardeio da informação que recebemos cotidianamente, ou até mesmo em nossas ideias, temos os nossos princípios norteadores, que nos lembram o que somos e o que queremos.
1. Somos ANTI-CAPITALISTAS, e contra todas as formas de opressão do sistema capitalista. Acreditamos na construção de outra sociedade, onde prevaleça a igualdade, a liberdade, e a solidariedade entre todos.
2. Nossas ações são focadas na JUVENTUDE, e sempre na perspectiva de mostrar aos jovens que eles devem ir a luta para conquistar seus direitos. Mas sabemos que isso não basta, então estaremos sempre juntos com todos os coletivos e organizações anti-capitalistas que fazem outras ações, com outros focos.
3. Somos politicamente e financeiramente AUTONOMOS. Não temos ligação e nem financiamento de nenhuma partido ou organização pública ou privada. Não temos, e nem queremos ter. Achamos que o dinheiro público pertence sim ao povo, mas que pegar o dinheiro do estado burguês é fazer concessões, e se institucionalizar e burocratizar. Não queremos isso! Queremos liberdade, e se não a temos agora de forma geral na sociedade onde vivemos, pelo menos aqui temos.
4. Somos um coletivo HORIZONTAL, onde todos são iguais. Chega de hierarquias, do poder acima das pessoas, de patrões acima de seus empregados, de senhores acima de seus escravos. Se no capitalismo o domínio de um sobre o outro é comum, para nós não é.
5. Acreditamos na EDUCAÇÃO POPULAR, na educação sem hierarquia, e na construção coletiva do conhecimento. Somos contrários à educação como treinamento único para o trabalho, comprometida somente com os interesses capitalistas. Devemos aguçar na juventude o estranhamento social, para lutarmos juntos por uma vida melhor para todas as populações oprimidas. Defendemos também a educação como um direito fundamental, de qualidade e com livre acesso para todos. Somos contra a educação como uma mercadoria, uma lógica que favorece somente o enriquecimento dos empresários da educação.